Uma das principais dúvidas de quem vai procurar um especialista em fertilidade é: qual a diferença entre a inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV)? Normal, é um mundo novo e esses assuntos a gente não conversa à mesa com a família como faz quando está grávida, por exemplo. Aliás, muito provavelmente ninguém da sua família (mais próxima) já fez algum tratamento para engravidar, o que não ajuda na hora de esclarecer, vamos combinar.
Eu fiz. Duas. E vou te contar como foi comigo. Eu não segui a ordem recomendada pela maioria dos médicos que visitei: primeiro coito programado, depois três tentativas de inseminação artificial e, por fim, FIV. Eu, em uma lógica matemática que, hoje sei, não significa nada, pensei: se a FIV tem 30% de chances de dar certo, e a inseminação só 20%, vou partir direto para a FIV. Tenho algumas amigas que seguiram o caminho “correto” e chegaram muito desgastadas à fertilização, o que me fez também pensar que estavam “desperdiçando uma chance” ao não estarem tão tranquilas para o procedimento mais importante. Ledo engano. Ou não. Nunca vou saber, na verdade.
Mas o fato é que atropelei etapas e parti direto para a Fertilização in Vitro. Mais tarde é que tentei a inseminação, como contei aqui. Na primeira fertilização, o médico já tinha detectado que meu estoque ovariano estava muito baixo (já já vou falar mais disso por aqui), então me receitou uma dose hormonal um pouco mais alta que costuma receitar para pacientes da minha idade. Estes hormônios são também aplicados em casa mesmo, por você ou seu marido/namorado/companheiro, na barriga, com uma agulha bem fininha. Tenho horror de agulha, mas a gente aguenta, afinal, não é muito diferente de uma de acupuntura.
O acompanhamento da resposta do se organismo a estes hormônios se dá quase que dia sim, dia não, por um simples ultrassom pélvico. Quando o médico detecta que os folículos estão grandes o suficiente para “estourar” e liberar os óvulos, ele receita uma injeção de hCG para que eles sejam liberados. E é com dia e hora marcada que você vai à clínica para ser sedada (não me lembro qual era a anestesia, mas lembro que foi exatamente como a que eu tomei para fazer endoscopia) e para que o médico “aspire” os óvulos de você, que não sente nadinha, nem quando acorda.
Paralelamente, seu marido procede com a coleta dos espermatozoides e o médico faz a fertilização in vitro. Rá! Ele faz em laboratório a fecundação, como está na imagem que abre este post. E acompanha por dois ou três dias se dali vai surgir um “ovo”, ou seja, se as células vão se dividir e virar 2, depois 4, depois 6… tudo controlado no laboratório. Depois de aproximadamente 3 dias, você volta à clínica e acompanha, acordada, a implantação do embrião no seu útero. É lindo, não dói, pois parece – novamente – um Papanicolau, e seu marido pode assistir junto <3.
O tratamento é bem caro: aqui em São Paulo, quando fiz, a primeira vez há uns 4 anos e a segunda, há uns 3, custou entre R$15.000 e R$20.000, dependendo da dosagem de hormônios que você precisar. Não preciso nem dizer que nenhum plano de saúde cobre, né? Depois disso, são as mesmas recomendações da inseminação (que eu contei aqui neste link).
Quanto a mim, da primeira vez produzi apenas 6 folículos, quando o normal seria mais de 10. Destes folículos, apenas 3 estavam no tamanho e maturação ideais e só 2 puderam ser fecundados. O médico chegou a implantar os 2 embriões no meu útero, mas não tive sucesso. Na segunda vez, ele aumentou a dosagem hormonal, mas produzi apenas 3 folículos desta vez, e toda essa bomba de hormônios foi para eles, que cresceram muito e não amadureceram. Ainda assim, os óvulos foram aspirados e fecundados, mas não viraram um embrião e nem cheguei a implantar. O procedimento foi como que interrompido antes do final, então acabei pagando um pouco mais barato.
Também na FIV eu não engordei nem fiquei inchada. E, segundo o médico, mesmo quando isso acontece, o inchaço passa assim que os hormônios são interrompidos.
*Foto: Flickr/Graziela Araújo
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46 thoughts on “Fertilização in vitro, a famosa FIV”