Em julho de 2014 me deparei com o desejo da maternidade. Tentamos engravidar naturalmente durante 1 ano e nada aconteceu. Foi aí que decidimos ir a um médico especialista em fertilidade. Após vários exames realizados, o médico nos disse que o nosso caso seria indicação de FIV. Saímos arrasados, chorei muito.
“Meu nome é Renata, tenho 42 anos, sou esposa do Josué de 51 anos. Hoje vou contar para vocês minha história com a infertilidade e a FIV. Meu marido tem uma filha do primeiro casamento: a Laura, de 21 anos. Nos conhecemos em 2011 e nos casamos em novembro de 2013.
A partir daí, nossa busca pela gravidez se transformou em uma trajetória difícil, repleta de altos e baixos. Nunca imaginei que o caminho seria tão árduo, com muitas lágrimas e muita dor. Foram 5 anos de tratamento e 10 FIVs. Nossa vida nesses anos girou em torno de exames, médicos e uma busca incessante de tentar entender o porquê de não dar certo para nós a tão sonhada gravidez.
Entre 2015 e 2018, fizemos 9 tratamentos de FIV e alguns tratamentos alternativos, todos sem sucesso. Ao longo desses tratamentos, descobrimos que, no nosso caso, o problema estava na qualidade dos embriões que eram transferidos. Algumas vezes, inclusive, não era feita a transferência, pois os embriões paravam de se desenvolver. O médico, então, nos sugeriu mudar o tratamento, usando material genético de um doador.
Mais lágrimas, mais decepção, revolta, sentimento de incapacidade. Foi então que decidimos parar, pois não havia mais saúde mental nem condição financeira para seguir com esse sonho. Sinceramente, no fundo, eu não aceitava desistir. Queria tentar mais e mais, mas isso poderia pôr fim ao meu casamento e, por amor ao meu marido, achei melhor dar tempo ao tempo.
Ele sempre foi meu parceiro, em todos esses anos de tratamento. Mesmo já sendo pai, ele me apoiou e nos mantivemos unidos. O ano de 2019 foi difícil para mim: completei 38 anos em março e o relógio biológico me amedrontava dia após dia. Não aceitava a ideia de não conseguir engravidar. Algo me dizia que eu não deveria desistir.
Em meio a essa dor, encontrei em Deus forças para continuar. A minha família, alguns amigos, colegas de trabalho e o apoio e amor do meu marido me mantiveram de pé, mesmo com o coração em pedaços. Mas dizem que Deus coloca anjos em nosso caminho e isso é mais pura verdade.
Através das redes sociais, acabei conhecendo algumas mulheres que passaram pelo mesmo problema e elas me incentivaram a não desistir e procurar o médico com quem elas fizeram o tratamento. Segundo elas, esse médico usava uma técnica diferente que contribuía para um resultado positivo no nosso tipo de problema.
Além de ele ser um excelente médico, tem na equipe uma embriologista que é uma ótima profissional e uma pessoa muito humana, o que ajuda muito no tratamento.
Consegui convencer o meu marido e fomos no final de 2019 em uma consulta com o médico indicado. Após realizar vários exames solicitados por ele, decidimos tentar mais uma vez utilizando o nosso próprio material genético.
No início de 2020 iniciamos o tratamento. Era nossa 10 ª FIV! Tudo foi dando muito certo durante o tratamento e conseguimos quatro embriões, sendo que dois deles chegaram a blastocistos e foram pra biópsia. Nos avisaram que apenas um embrião estava sem alterações. Mas tivemos que interromper o tratamento devido à pandemia de Covid.
A implantação do único embrião ocorreu em julho de 2020. E Deus, com intercessão de Nossa Senhora Aparecida, nos presenteou com o nosso primeiro positivo. Uma alegria invadiu os nossos corações a ponto de não conseguirmos acreditar, uma emoção gigantesca. Não há palavras para explicar esse sentimento.
Hoje, a nossa filha Helena está com 2 anos de idade, uma benção em nossas vidas. Desejo do fundo do coração que todas as pessoas que passam pelo mesmo problema consigam realizar seu sonho e alcançar sua graça.
Eu quis compartilhar no “Cadê meu neném” um pouquinho dessa história porque espero dar esperança e força aos casais que passam pelo problema de infertilidade, pois esta comunidade me ajudou muito”.
Renata, 42 anos