“Foram oito tratamentos de fertilização e duas perdas espontâneas, com aderência do endométrio ao final. Até que, aos 41 anos, engravidei naturalmente”

“Conheci meu esposo sete anos atrás. Como sou médica, ou seja, estou em uma área que demandou muitos anos de estudo e pesquisa, acabei adiando um pouco meus projetos pessoais. Ter um esposo e filhos, aquela família de comercial de margarina, sempre foi meu sonho, mas a carreira veio antes.

Sempre pedi a Deus que me desse um esposo que compartilhasse dos mesmos propósitos que eu, de família e de crenças religiosas. Conheci o Anthony através do amoremcristo.com, um site de relacionamentos para o público evangélico. Eu estava com 34 anos e já queria alguém para me casar. Ele tinha o mesmo propósito que eu e, em sete meses, decidimos nos casar. Nos conhecemos em maio e nos casamos em dezembro de 2009, nós dois com 35 anos. Anthony vinha de um relacionamento e tinha um filho, o Gabriel, que estava com 5 anos quando casamos. Eu me sinto uma segunda mãe para ele, nos damos muito bem. Assim começou a nossa história.

Desde que nos casamos eu não tomei mais a pílula anticoncepcional. Sabe aquela coisa do relógio biológico apitando? Então. Ficamos por um ano tentando naturalmente: eu tomei garrafada, tentava ficar com as pernas para cima ao final da relação… mas não adiantou. Depois de nove meses nessa, começou a me bater um medo de não conseguir. Eu já estava com 36 anos e não sabia que a questão poderia ser meu endométrio.

Resolvi procurar um especialista em reprodução e ele me pediu vários exames. O que mais me marcou foi a histerossalpingografia, que foi muito dolorido. Os resultados deram todos normais. A única alteração era que meu endométrio era um pouco fino. Começamos, então, um tratamento com indutores de ovulação e coito programado. Tomava comprimidos no início do ciclo menstrual, fazia ecografias para analisar a liberação dos óvulos. Foram seis meses desgastantes. O médico dizia que meu endométrio estava fino porque eu precisava relaxar a cabeça. Isso só aumentava a minha angústia. Aí, resolvi procurar outro especialista.

Ele me disse que devido à minha idade, eu deveria partir para uma inseminação artificial. Acabei fazendo três, com três meses de intervalo entre elas e depois mais cinco FIVs, com seis meses de intervalo entre elas. Fiquei muito inchada e ganhei peso, só que nunca chegamos a ter um diagnóstico. Ao final da terceira FIV, cheguei a engravidar, mas perdi no dia seguinte ao meu resultado positivo.

Fiz mais duas FIVs e nada. Depois de seis meses, tive uma gravidez natural e mais um aborto espontâneo. Tudo sem motivo aparente. Após o segundo aborto, tive que ficar 10 meses sem poder tentar engravidar, pois fiquei com aderências no endométrio. Aí, fiz uma histeroscopia para retirá-las.

Na época, para ser bem sincera, eu queria morrer. Tomei antidepressivo, fiz psicoterapia, busquei aprender trabalhos artesanais e parei de trabalhar por seis meses. Até que eu comecei a frequentar um abrigo de crianças abandonadas. Conviver com aquelas crianças me fez bem e acabamos nos inscrevendo na fila de adoção.

Chegamos a pedir para adotar duas irmãzinhas, uma de 4 anos e uma de 2 anos. Mas no dia da audiência, eu já estava grávida de 6 meses e tinha outro casal de Goiânia pedindo a adoção delas também. Eu abri mão por aquela mulher. Hoje vejo me recuperei das perdas quando abri o coração para a adoção e depois de orar muito, porque foi uma época horrível. Vivi o luto invisível, fui incompreendida, julgada… e por trabalhar como pediatra eu sofria mais ainda.

Enquanto esperava dar o prazo da histeroscopia pra poder fazer uma nova FIV, aos 41 anos, engravidei naturalmente. Hoje estou aqui com a minha pequena Sofia, o meu milagre. Ainda tenho dois embriões congelados e estou me programando para implantá-los em setembro. Quem sabe não vem mais bebê por aí?

Fiz questão de contar minha história, pois fiz uma promessa de que o dia em que conseguisse engravidar, eu daria um depoimento para o site. Sei que cada depoimento positivo é um alento para quem está tentando, uma esperança que se renova. Eu tenho muita fé e tenho certeza de que vocês também terão seu final feliz”.

 

 

Ellen Paulino, 42 anos, mãe da Sofia, 1 ano

 


4 thoughts on ““Foram oito tratamentos de fertilização e duas perdas espontâneas, com aderência do endométrio ao final. Até que, aos 41 anos, engravidei naturalmente”

  1. Carla Responder

    Obrigada por compartilhar sua história! Realmente é um alento, alimenta nossas esperanças!

  2. Arinete do Nascimento Responder

    Que lindo Dr.Ellen! Estou chorando de emoção, consegui senti sua fé! Que o Senhor abençoe sua família cada vez mais!

  3. Fabiana Responder

    Ellen, muito obrigada pelo seu relato. É uma mensagem de esperança para quem está na fase de tentante. Fico muito feliz pela sua vitória e oro à Deus para abençoar vc e sua família sempre!
    Gostaria de tirar uma dúvida: você comenta que teve uma aderência no endométrio, essa aderência foi a causa do insucesso nos tratamentos e os abortos espontâneos, ou foi consequência de seguidos tratamentos de fertilidade? Muito obrigada!

    1. Pri Portugal Responder

      oi, Fabiana, bem-vinda ao Cadê Meu Neném? Já encaminhei sua pergunta para a Ellen e assim que tiver uma resposta, te procuro, ta? Bjinho, Pri Portugal

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