Eu sempre acreditei muito no poder dos alimentos em relação à nossa saúde. Muito mais que acredito em remédios, por exemplo. Só que esta ideia demorou pra vir à minha mente depois que tive o diagnóstico de uma possível menopausa precoce e de um estoque ovariano baixo. O desespero tomou conta e imaginei que somente doses hormonais bem altas – em um tratamento alopático – seriam a solução dos meus problemas.

Quando a gente fica muito preocupada com alguma coisa é incrível: só vê o que está incomodando e não pensa nas soluções mais óbvias, que não requerem nem sequer uma visita ao médico e, melhor ainda, não têm contraindicação nem efeito colateral. São baratos, estão ao alcance das mãos e, pra completar, fazem bem à saúde como um todo. Adivinhou? São os alimentos.

Na internet, como sempre, tem muita informação desencontrada, então eu fui atrás de uma especialista. A Analuiza Nogueira*, além de uma amiga querida, é nutricionista funcional. “Para pacientes que têm dificuldade em engravidar, sem causas específicas diagnosticadas, o tratamento com a nutrição funcional pode contribuir muito para melhora da fertilidade. Uma dieta desintoxicante, rica em nutrientes e antioxidantes, é prioridade nesses casos”, explica.

E ela conta pra gente como os alimentos podem ajudar no processo de fertilidade e reprodução:

1. Inhame: “O consumo regular de inhame estimula a produção de mais de um óvulo por ciclo reprodutivo. Isso se deve à presença do fito-hormônio (hormônio naturalmente presente nas plantas) diosgenina, que no organismo é transformado em desidroepiandrosterona (DHEA), um hormônio precursor dos hormônios sexuais (estrogênio e testosterona). Além disso, o inhame é um tubérculo de baixo índice glicêmico, que ajuda a regular a liberação da insulina no organismo, o que também contribui para a fertilidade”, diz Analuiza. Eu mesma tenho uma amiga que foi diagnosticada com ovário policístico e se jogou no inhame – além de um outro tratamento natural que em breve vou contar aqui. Resultado? O filho dela está com um ano!

2. Vitex Agnus Castus: “Esta planta nativa da Grécia e Itália age na fertilidade graças a seu efeito estrogênico, que normaliza o equilíbrio entre estrógeno e progesterona. Também modula a secreção de prolactina, que quando elevada leva a insuficiência do corpo lúteo. Pode ser utilizado na forma de chá ou cápsulas”, conta a nutricionista. Eu já vi as cápsulas para vender e estou bem curiosa para provar.

3. Geleia real: “A geleia real é fonte de dois nutrientes importantes para a fertilidade: vitamina E e Inositol. A vitamina E melhora a motilidade e qualidade do espermatozoide, e o Inositol contribui para a ovulação”, explica. Geleia real no casal!

4. Castanhas, amêndoas e nozes: “As oleaginosas são fonte de zinco, nutriente fundamental para produção de esperma e hormônios sexuais, e de arginina, um aminoácido que auxilia no crescimento do endométrio”. Ou seja, pode incluir nos seus queijos e vinhos com o marido/parceiro/namorado.

5. Maca peruana: Este eu não conhecida. É um tubérculo da região dos Andes que parece uma batata. Analuiza explica que favorece especialmente os homens: “O consumo regular da maca peruana aumenta a produção de sêmen e a libido”.

6. Espinafre, rúcula e couve: “Vegetais verde-escuros são fontes de ácido fólico. A deficiência desse nutriente leva à morte de células ovarianas”, conclui a profissional.

Para saber mais sobre ácido fólico, clique aqui.

*Analuiza Nogueira é nutricionista funcional e atende na Clínica Ayni Saúde Integrada.

Foto: Flickr/ Anders Sandberg