O jornal O Globo de hoje desvenda um mito fundamental relacionado à fertilidade: a idade do homem também importa. No artigo “Fertilidade masculina também é afetada pelo relógio biológico” (leia na íntegra online aqui, no Extra), os jornalistas Cesar Baima e Renato Grandelle trazem uma pesquisa apresentada na 33ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em Genebra, na Suíça.
Em resumo, ela mostra que a idade do parceiro tem, sim, uma influência significativa no sucesso de tratamentos de fertilização in vitro. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores do Centro Médico Diaconisa Beth Israel e da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, analisaram todos os ciclos de FIV realizados em uma clínica de reprodução assistida na região de Boston, entre 2000 e 2014, num total de mais de 19 mil ciclos em 7.753 casais.
“Eles dividiram os casos em quatro faixas etárias para as mulheres – menos de 30 anos, 30 a 35 anos, 35 a 40 anos e 40 a 42 anos – e cinco para os homens – as mesmas quatro delas, com uma adicional de acima de 42 anos. Então, calcularam sua taxa cumulativa de nascimentos vivos, medida em até seis ciclos de tratamento”, explica o artigo.
Como esperado, nos casais em que a mulher estava entre os 40 e os 42 anos, a taxa foi menor. Porém, nas demais faixas etárias, a idade do homem teve uma grande influência na taxa de nascimentos, que caiu à medida que eles eram mais velhos. Ou seja, seu índice de fertilidade caiu.
Que diferença faz?
“Mulheres com idades entre 35 e 40 anos se beneficiaram significativamente de terem um parceiro com menos de 30 anos de idade, vendo uma alta de quase 30% na taxa cumulativa comparadas com uma mulher cujo parceiro tinha de 30 a 35 anos, saindo de 54% para 70%. Por outro lado, vimos uma queda significativa na incidência de nascimentos vivos entre as mulheres cujos parceiros estavam nas faixas etárias mais velhas. Para mulheres com 30 a 35 anos, ter um parceiro mais velho do que elas foi associado a um decréscimo de aproximadamente 11% na taxa cumulativa, de 70% para 64%, quando comparadas com ter um parceiro na mesma faixa etária que elas”, explicou Laura Dodge, que conduziu a pesquisa.
O jornal ainda escutou especialistas brasileiros. Eles apontam a varicocele e o estilo de vida como fatores que pioram a fertilidade masculina. Ou seja, excesso de peso, estresse crônico e poucas horas de sono são os grandes vilões. Sem contar doenças como o diabetes, a arterosclerose e o alcoolismo. E (vejam só!) os próprios médicos ouvidos pela reportagem comentam que a visão de que apenas a mulher tem o declínio de sua fertilidade é machista.
Em resumo, não adianta “virar a mulher de ponta cabeça” com exames se o parceiro não for examinado também!
Foto: Flickr/ Romulo Moreira
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