Pólipos, miomas e cistos: eles atrapalham a fertilidade?

Pólipos, miomas e cistos. Sempre ouço falar sobre ovários policísticos, mioma no útero, pólipos… e vem aquela dúvida: afinal, qual a diferença entre eles? E como atrapalham a fertilidade? Então, conversei com o Dr. Lister Salgueiro, da Clínica Fértilis* sobre tudo isso.

“O pólipo uterino é semelhante a uma verruga. Parece uma verruga de pele, mas é de mucosa e geralmente se instala dentro do útero. Miomas são tumores benignos, que se formam a partir de uma fibra muscular do útero, que cresce e forma um tumor. É como uma bola de tecido bastante irrigada – e que vai apertando as estruturas ao lado, sem ser maligno, ou seja, sem se espalhar pelo corpo. Já os cistos são formações líquidas que ocorrem por diversos motivos”, explicou.

Mas por que cargas d’água nosso organismo forma pólipos, miomas e cistos? “Depende de cada organismo. Os pólipos podem ter uma origem em vírus, os miomas não sabemos por que acontecem e os Cistos, como mencionei, podem ocorrer devido à obstrução de alguma glândula”.

A má notícia é que não temos como nos prevenir contra pólipos, miomas e cistos. A boa é que é fácil identificá-los: eles aparecem em exames ginecológicos de rotina, sobretudo no ultrassom. Então, vale investigar útero e ovários todos os anos.

O tratamento varia de uma ingestão de pílulas com hormônios (no caso de cistos) a procedimentos cirúrgicos, como a histeroscopia, que é a introdução de uma câmera no útero e corta a base dos pólipos. “Quando o mioma é muito grande e está fora do útero pode ser necessária uma laparotomia, quando a barriga tem de ser aberta”, diz o especialista.

Mas o que pólipos, miomas e cistos têm a ver com a fertilidade? “Os pólipos maiores podem atrapalhar no momento de engravidar. Para entender: eles agem como um DIU no corpo da mulher. O embrião vem vindo e encontra o pólipo. Geralmente ocorre um processo inflamatório ao redor deste pólipo. Então, fica muito difícil engravidar. Não existe uma norma, mas de 0,5 cm em diante, é bom retirar estes pólipos para que a gravidez ocorra”, explica o dr. Lister.

Já os miomas, a princípio, atrapalham apenas quando surgem dentro do útero. São chamados de submucosos e devem ser operados, antes mesmo de uma FIV.

Para completar, os cistos, que são de quatro tipos:

1. Funcional: um “óvulo teimoso”, que não foi liberado aquele mês pelo folículo e ficou lá crescendo e atrapalhando. “Se ele está ‘funcionando’, ou seja, se está produzindo os hormônios, altera o ciclo menstrual, podendo até bloquear o ciclo. Se passar de três meses, pode-se ter de tomar alguma atitude para ele murchar, com o uso pílula anticoncepcional ou até a aspiração”, fala o médico.

2. Tumor: pode ser maligno ou benigno, mas precisa ser removido.

3. Resultante de Endometriose: se você está tentando engravidar, investigue e trate a endometriose. É a experiência de várias leitoras aqui do site!

4. Hemorrágico: é um cisto de sangue. Ele rompeu algum vasinho, que se encheu de sangue. Pode causar irritações e até demandar cirurgias de urgência.

Então, gente, fiquem de olho e peçam para seus médicos investigarem a fundo, afinal, pólipos, miomas e cistos podem, sim, atrapalhar na hora de engravidar. Por último, mas não menos importante: ovário policístico não é uma sentença de infertilidade! Tem tratamento, sim. Mas esse assunto fica para outro post.

Serviço:

*Clínica Fértilis – Rua Marcelino Soares Leite, 33 – Sorocaba (SP) 

www.fertilis.com.br 


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