A pressão, a espera, a ansiedade, a frustração repetida mês a mês, o lado emocional do casal abalado e até mesmo as relações com “hora marcada” de quem faz tratamentos como o coito programado podem deixar a gente em frangalhos. Por isso, é muito importante que a gente se trate bem.
Procurar uma massagem relaxante – ou mesmo fazer em casa com um óleo perfumado, nas pernas, nos pés, no peito… – e tomar um banho demorado com um sabonete que a gente adora podem ser bons começos. Meditar, ouvir um mantra bem baixinho (ou uma música bem alta), procurar uma atividade física que dê prazer, dançar, assistir a um seriado divertido, comer vez ou outra algo que aqueça o coração também são boas receitas para sobreviver aos dias mais difíceis dessa nossa batalha.
Tudo isso eu sempre faço e aconselho as leitoras aqui do site a fazerem também. Mas foi hoje, lendo essa matéria no site Town and Country, que eu adoro!, que me dei conta de um outro escape maravilhoso que uso sempre. E se funciona para mim, pode apostar, vai funcionar para você também: ler.
Simples assim. Nesta matéria, eles falam sobre a “terapia da leitura, também conhecida como biblioterapia” e entrevistam a biblioterapeuta Susan Elderkin. Ela conta que esse tratamento era aplicado nos Estados Unidos em crianças com distúrbios de comportamento e veteranos de guerra. Mas hoje em dia, para ela, todo e qualquer problema psicológico pode ser resolvido com um bom livro. #eujásabia
O que ler?
Na visão da profissional, “O Pintassilgo”, da escritora Donna Tartt, por exemplo, seria recomendado para quem anda muito pessimista; enquanto “Um abril encantado”, de Elizabeth von Arnim, é a escolha ideal para quem deseja voltar a amar. Eu confesso que não li nenhum dos dois, e fiquei supercuriosa.
Mas é claro que tenho os meus títulos favoritos, que alimentam minha alma nos dias em que as notícias não andam tão boas e a ansiedade parece sufocar o coração: para ganhar leveza, escolho algumas poesias do Vinícius de Morais ou do Mario Quintana; para viajar nas palavras e sensações que uma narrativa elaborada me proporciona, fico com meu livro preferido de todos os tempos, “O amor nos tempos do cólera”, do Gabriel García-Márquez.
E para fechar essa seleção com chave de ouro, recentemente, descobri duas escritoras que me fazem trocar o celular, a Netflix e até a academia por suas páginas: a Laura Esquivel, de “Como água para chocolate” (sim, virou filme, mas a linguagem escrita é um encanto) e a Elena Ferrante, que é meio febre no mundo inteiro. O único deprezinho dela é “Dias de abandono”, que eu não recomendo se você está aflita. De resto, é puro deleite. Quando menos imaginar, você deixou para trás a cólica, o diagnóstico ruim, a ansiedade pela fertilização in vitro e até a malfadada menstruação, que insiste em aparecer quando tudo o que você mais quer é um exame de gravidez positivo. E vocês? Quais livros gostam de ler se desejam escapar da tristeza?
*Foto: Flickr/ Loren Kerns