Hoje, o nosso depoimento não foi dado aqui ao Cadê Meu Neném, mas é tão inspirador que vale transcrever.
“Rezamos por 953 dias… 452 agulhas, milhares de lágrimas, uma cirurgia, quatro tentativas com clomid/letrozole, duas fertilizações in vitro, 3 transferências que não deram certo e um Deus”. Foi assim que a americana Lauren Walker anunciou sua gravidez de gêmeos, previstos para nascer em agosto. A foto que ela usou para dar a notícia em seu Facebook foi tão impactante que girou o mundo.
Ao invés de usar dois pares de sapatinhos, como faz a maioria das mamães, Lauren quis mostrar o quanto foi difícil e reuniu as agulhas usadas em todos os tratamentos e, no meio, dois bodies com os dizeres: “Valeu esperar… e esperar, e esperar, e esperar”. Quando a gente está desejando muito engravidar, a verdade é que pensa em mil maneiras de como dar a notícia: todas elas com uma boa pitada de romantismo, mas a escolha de Lauren foi a mais realista e mostra que o importante é que aconteça… no resto a gente se vira.
“Nós pensamos em como anunciar nossos milagres ao mundo. Tudo o que pensamos parecia pequeno para fazer justiça a nós dois, por cada tentativa e atribulação que vivemos nestes últimos anos. Reunir essas agulhas para a foto foi… surreal. Na metade do caminho, minhas mãos começaram a tremer, fiquei sem ar e precisei parar. Eu sentei, olhei para tudo isso e chorei. Não por tudo o que passei para chegar aqui, mas porque era uma representação do meu mundo, do nosso mundo, durante os últimos dois anos e meio. Houve muita dor, esperança e medo por trás de cada uma dessas agulhas. Cada uma representa um dia, um caminho, uma emoção. É muita coisa. Depois de chorar, quanto mais eu olhava para elas, mais as agulhas começavam a embaçar a minha vista.
A parte mais dura dessa jornada não foi ter que fazer a fertilização in vitro (FIV). Chegar nesse ponto é devastador e difícil para todo mundo, mas não foi meu pior momento. O pior foi passar por um ciclo inteiro e perder embrião depois de embrião. Chegar tão longe para sofrer um aborto. Ver que toda a esperança, o dinheiro e tudo o que poderiam ser nossos filhos tinha ido embora. Fim.
‘Sentimos muito, senhora Walker, mas sua última tentativa não foi bem-sucedida…’ Lembro bem deste dia. Era dois dias antes do Natal de 2015. Achei que estivesse sonhando. Ou tendo um pesadelo silencioso. Devastada e vazia fisicamente, emocionalmente e, sobretudo, espiritualmente. Lembro de noites apertando meu coração partido e minha barriga vazia e chorando… não, gritando para Deus e perguntando: ‘Por quê? O que há de errado comigo? O que mais você quer de mim? Eu já fiz tudo!’.
Minha fé era testada o tempo todo. Meu coração me dizia para seguir. Alguns dias, eu olho para trás e não acredito que consegui. Não quero dizer isso em relação a finalmente ter ficado grávida. Digo: eu sobrevivi. Estou mais forte. Isso não me destruiu. O prêmio não são estes gêmeos, mas redescobrir minha fé. Esse é o dom desses gêmeos. Eu não sabia que era capaz de ter tanta força e lutar.
Eu sei que foi o apoio do Garyt e o espírito de Deus segurando minha mão a cada passo deste caminho. Amigos e família estavam lá para nos animar, me ajudando a escalar esta montanha de Golias diante de mim. Dar um passo de cada vez, a maior parte do tempo me sentindo cega. Nos dias em que eu derrapava (e houve muitos) e pensava que não conseguiria seguir adiante, meu marido estava lá para me segurar e evitar que eu caísse.
(…)
Dizem que Deus só dá aquilo que a gente pode suportar. Bem, ele nos deve ter em alta consideração. Por mais doloridos que estes anos tenham sido, me sinto honrada que ele tenha escolhido este caminho para mim. Ele me mostrou o poder da fé, o conforto da oração e uma força que eu nunca teria descoberto sozinha. Para completar, ele nos abençoou não com um milagre, mas com dois. (…) E eu faria tudo isso mais 2.000 vezes, de novo e de novo e de novo. Para todos que estão sofrendo, espero que nossa história traga conforto e esperança”.
Lauren Walker, grávida de Duke e Diana
Kamilly 23 de fevereiro de 2017
Realmente é de arrepiar,tô passando pelo mesmo processo,é sempre achamos que nosso e o pior,mas vemos que tem gente que sofre e já sofreu mais que você,não vou desistir,eu sei que deus ainda vai me dá o meu milagre ????
Natália Pérez 25 de março de 2017
Também estou passando por esse purgatório da infertilidade… saldo atual: 1 inseminação, 4 Fivs, partindo para a quinta!! Já vivi o luto por 12 embriões… Nunca li um post que me identificasse tanto como este… exatamente os mesmos sentimentos… fantástico!!! Taí uma ótima maneira de anunciar a vitória para lembrar de cada etapa desse tão complexo processo…
Pri Portugal 28 de março de 2017
oi, Natália, te entendo perfeitamente. Posso te escrever para saber mais da sua história? Queria dar seu depoimento no site. Obrigada. Beijinho.