“Não conseguia engravidar, mas o médico dizia que era psicológico. Fui benzida e tomei um chá de ervas e, já no primeiro mês, engravidei ”

Eu me casei aos 21 anos e, como a maioria das mulheres naquela época, me casei virgem e já esperava voltar da lua-de-mel grávida. As minhas duas irmãs mais velhas já voltaram das suas esperando um bebê, então era isso que eu imaginava. Mas não conseguia engravidar.

No entanto, o tempo foi passando e nada. Falavam que era psicológico, que eu não conseguia engravidar de tanto querer. Mas após uns seis meses de espera fui ao ginecologista. Naquela época, não tínhamos acesso a tantas informações e não havia convênios como hoje. Eram raros. Graças a Deus éramos de classe média e podíamos ir a médicos particulares. O meu ginecologista e obstetra era uma pessoa muito boa e logo na primeira consulta me passou alguns exames. Não lembro quais foram, mas lembro perfeitamente que no retorno ele me disse que tudo estava normal e que, com o tempo, eu engravidaria.

Passou-se mais um ano e eu e meu marido já havíamos cogitado adotar um bebê. Na época, era mais fácil que hoje em dia. Até apareceu um bebê de um mês de idade, que os avós japoneses não aceitavam porque a filha era solteira e o pai não era japonês. Meu marido chegou a ir buscar, mas ao chegar lá, eles já o haviam entregue a outro casal. Não me entristeci, sempre soube esperar e pensei que não era para ser dessa vez.

Em seguida, minha cunhada, que já tinha cinco filhos e lutava com muita dificuldade para sustentá-los, recebeu em sua casa uma bebê de dez dias, abandonada pela mãe. Fui para lá e me ofereci para ficar com a bebê se ela quisesse. Racionalmente, ela queria, mas o coração não deixou e a bela Dina hoje é uma linda mulher. Eu, em compensação, não sabia mais o que fazer. O médico só me mandava esperar.

Então, uma senhora chamada Dona Rosa, amiga da minha família, em visita à casa de mamãe, soube que eu não conseguia engravidar e me chamou. Ela era umbandista e me benzeu com a Tia Rita, que me disse: ‘filha, por sete dias tome chá de erva-de-bicho. Um copo de manhã e outro à noite’. Ela também me mandou fazer banho de assento e ficar aqueles dias sem ter relações com meu marido. ‘Espera a menstruação vir que vai limpar tudo’, completou.

Assim eu fiz. Após a menstruação, voltei a ter relacionamento normal com meu marido e… a próxima menstruação não veio! Eu estava grávida do meu Luciano. Foi uma gestação tranquila e ele nasceu de parto normal, com 51 centímetros e 3,5 kg.

Tenho certeza que foi resultado da erva-de-bicho e da proteção divina, que me enviou a Tia Rita através da Dona Rosa para que eu me curasse daquilo que os exames não mostravam. Nunca contei ao meu médico. Achei que ele não ia acreditar.

Quando decidi ter minha segunda filha, o problema não foi que eu não conseguia engravidar: depois de dois meses que tinha parado a pílula, eu estava grávida. No entanto, no quarto mês de gravidez, tive uma ruptura de bolsa. Amanheci molhada, como se tivesse feito xixi, mas notei que era incolor e sem cheiro, parecendo água. Telefonei para o meu médico e ele mandou que eu fosse imediatamente ao seu consultório.

Naquela época, em 1979, a ultrassonografia era um exame apenas utilizado para emergências e bastante caro, mas ele não teve dúvidas e me encaminhou para o hospital. A ruptura estava na parte inferior da bolsa e havia perda considerável de líquido. Fui para casa e fiquei deitada. No dia seguinte, tornamos a ir ao consultório. O médico, ao ver minha expressão de choro, me acalmou dizendo que a água da bolsa costuma se renovar a cada vinte quatro horas.

Para eu ficar em repouso absoluto, ele me internou por dois dias e pediu para o meu marido colocar dois paralelepípedos, um em cada pé da cama, para que eu ficasse inclinada. Ele ainda orientou que eu me alimentasse a cada duas horas e tomasse muitas vitaminas de frutas, pois ele iria tentar chegar pelo menos aos seis meses de gestação. Avisou também que eu seguisse à risca, pois senão perderia o bebê. Minha mãe percebeu que eu não parava de chorar e foi a um centro de Umbanda em Guarulhos. Lá, ela pediu ajuda para uma preta velha, que mandou que eu tomasse chá de rosinha branca, de manhã e à noite, por sete dias e depois só um copo à noite. Benzeu-me à distância e me enviou sua guia, um colar de contas de cristal lindo, que coloquei do meu lado direito.

Ninguém acreditou: depois de três meses de cama, meu médico pediu para que eu levantasse e andasse um pouquinho, afinal já estava de sete meses e meio. Com oito meses e meio, eu andava à vontade. Um dia, a cadeira onde eu estava sentada quebrou e eu fui de bumbum pro chão. Não perdi uma gota de líquido! Aos nove meses, escorreguei no quintal de mamãe, novamente caí e nada aconteceu. Exatamente no último prazo dado pelo meu ginecologista minha Eveline veio ao mundo.

Durante o parto, que foi normal, lembro que ele comentou com o anestesista: ‘Imagine que essa menina teve ruptura de bolsa com quatro meses. Fez o último ultrassom há quinze dias e a ruptura está lá, mas o nível de líquido (amniótico) nunca mudou. Se eu mesmo não tivesse acompanhado, não acreditaria’. E o anestesista respondeu, brincando: ‘O que você deu pra ela beber? Cola?’. A bolsa precisou ser estourada no parto. Minha Eveline veio ao mundo com 53 centímetros e 4,5 kg. Bendito chá de rosinha branca. Depois disso, ainda tive minha terceira filha aos 40 anos. A minha raspinha do tacho se chama Camila.

Acreditem, meninas: se tiver que ser será. Com fé em Deus, de uma forma ou de outra tudo se encaminhará. Se não acontecer, não é culpa sua nem de ninguém. O Pai que sabe todos os mistérios pode estar evitando que vocês tenham um sofrimento maior. Abram o coração e recebam com amor o que o Pai colocar em seu caminho”.

 

Marcia Maria Luconi, 63 anos, mãe do Luciano, de 39 anos, da Eveline, de 37, e da Camila, de 23

 

 


4 thoughts on ““Não conseguia engravidar, mas o médico dizia que era psicológico. Fui benzida e tomei um chá de ervas e, já no primeiro mês, engravidei ”

  1. Lilian Responder

    Marcia Maria, queria ter uma fé como tua, estou tão desolada e descrente, já pedi misericórdia de Deus e espero recebê-la.

    1. Pri Portugal Responder

      oi, Lilian, também admirei muito a fé da Marcia, é uma história linda, não? Te confesso que minha fé também vai “passear” um pouco de vez em quando e até me sinto culpada por isso. Mas é tão natural, né? Somos humanas. Sinta-se abraçada e fique à vontade para me procurar por e-mail (contato@cademeunenem.com.br) ou por FB (facebook.com/cadeomeunenem) sempre que quiser desabafar. Força, querida. Beijinho, Pri

  2. Joanna Responder

    Que história mais linda! Sou espírita (kardecista) e tento engravidar há 1 ano e 3 meses.
    Esse mês eu faria a minha primeira inseminação artificial mas não fiz porque meu endométrio estava muito fininho.
    Surpreendentemente, contudo, eu não estou tão ansiosa como eu estava até o mês passado. Uma amiga minha frequenta um terreiro de umbanda e me passou o endereço do lugar.
    Depois de conversar com a entidade no terreiro eu voltei pra casa muito tranquila e finalmente consegui relaxar. Agora eu posso dizer que acredito piamente que as coisas acontecerão no tempo de Deus e não no tempo que eu quero.
    Beijos a todas e boa sorte pra gente!

    1. Pri Portugal Responder

      oi, Joanna, bem-vinda ao Cadê Meu Neném? Sinta-se abraçada e boas energias no seu novo tratamento <3. Beijinho

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