​O dolorido luto pela perda gestacional

Hoje é o Dia Internacional de Sensibilização à Perda Gestacional e Infantil e, mesmo que rapidinho, eu quis passar aqui pra dizer pra você, que já passou por isso, que eu sinto muito. Você não merece passar por essa dor, mas infelizmente dor não é questão de merecimento, a gente sabe.

Não importa se “estava no comecinho”, se “você tem outros filhos” ou se “vai poder engravidar novamente”. Nada ameniza a tristeza. E quem fala isso não sabe o que está dizendo.

Eu não vivi uma perda gestacional na pele, mas muitas pessoas que amo viveram, inclusive minha mãe, e todo mundo precisa ter seu luto respeitado e acolhido por profissionais de saúde e hospitais.

Lembro que quando visitei a casa de Frida Kahlo na Cidade do México, fiquei muito emocionada com a cor contida na obra que abre este post. Ela pintou depois de uma perda espontânea e é realmente algo visceral. Posso imaginar como deve ter sofrido ao criar este quadro e me solidarizo com todos os pais que viveram isso.

Desejo que vivam seus lutos e que possam seguir adiante com seus anjos no coração. Sintam meu abraço muito apertado, meninas, e, se quiserem ver que vocês não estão sozinhas, deem uma olhada nos vários depoimentos de quem passou por isso aqui no Cadê. Desejo muito amor para vocês.

Foto: Reprodução/obra Hospital Henry Ford (Frida Kahlo, 1932)


6 thoughts on “​O dolorido luto pela perda gestacional

  1. Carla Responder

    Eu sou leitora dos seus textos e admiro muito a forma como escreve.
    Infelizmente nesta data foi confirmada a minha perda gestacional e não existem palavras para descrever o sentimento que transborda nesse momento.
    Talvez seja a maior dor de amor que já vivi, pois mesmo sem medida tenho no meu coração gratidão e saudades dos momentos que passamos juntos, em família, planejando um futuro que não irá chegar.

    1. Pri Portugal Responder

      oi, Carla, vem cá dar um abraço apertado. Eu sinto muito pela sua dor. Viver esse luto é fundamental – a gente tem o direito de ficar triste, sim, né? – e, quando sentir que é a hora, te recomendo procurar alguma atividade que te dê muito prazer – alguma dança, esporte, música, idioma… algo que você faça apenas porque gosta, para se dar um carinho e recuperar aos poucos a energia positiva. Fique bem e volte sempre que precisar. Bjinho, Pri

  2. Carla Responder

    Bom, eu não sei nem por onde começar, ainda me sinto sem chão.
    Agosto de 2019 tive meu primeiro aborto espontâneo com 5 semanas. Estava muito feliz,pois seria meu 1 bebê tão desejado. Eu e meu marido decidimos que estava na hora no início de 2019 e daquele dia então, cada negativo era uma tristeza em meu coração. Após ver o primeiro positivo, meu coração saltou da boca de tanta felicidade, mas durou pouco. No dia 18 de agosto tive o primeiro sangramento e 2 dias após o aborto espontâneo. Vivi uma dor teria que achava não ser capaz de contínuar, mas minha fé foi maior e seguimos em frente.
    Mas alguns meses de tentativas e no dia 29 de dezembro de 2019 mais um positivo. Ai que alegria! Comecei o ano com pé direito e bastante feliz pela novidade, mudei alimentação, fiz vários exames para checar sempre minha tireoide para nao deixar o hormônio baixa, tudo como deveria ser. Fiz meu o ultrassom e nada de embriao e muito menos batimento. Já fiquei preocupada, mas o médico disse que isso pode ocorrer com embrião muito novinho. 2 ultrassom 1 semana após e nada. Faz teste de sangue é beta HCG altíssimo, repete beta e… ele está diminuindo. Infelizmente meu embrião naonse desenvolveu e mais um aborto espontâneo. Para expulsar o saco gestacional foi me passada a medicação e meu corpo não aceito o remédio e expulsou remédio do corpo. Terei Que fazer mais uma vez o procedimento e caso não funcione terei que fazer um curetagem. A dor na alma é tão grande que nem consigo sentir a dor no corpo. Estou vivendo cada dia de uma vez, com a esperança de um dia acordar e descobrir que foi tudo um pesadelo!

    1. Pri Portugal Responder

      Carla, queria te dar um abraço, sinto muito pela sua tristeza. Desejo que se sinta acolhida aqui no Cadê. Eu sou leiga, apenas uma jornalista interessada em questões de fertilidade. Mas se fosse vc investigaria trombofilia (protrombina, anticardiolipina, antifosfatidilserina) em um médico imunologista. Parte das perdas espontâneas vem de questões relacionadas a isso. Bjinho, Pri Portugal (criadora do site)

  3. Carla Camelo Neri bonifacio Responder

    Obrigada pelo acolhimento! Beijos e vou procura sim um imonologista.

    1. Pri Portugal Responder

      <3

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