“Foram cinco anos de luta, duas perdas e muita dor. Eu tinha útero bicorno. Mas depois fomos abençoados com três filhos”

Nunca pensamos que seria difícil ter um filho. Casamos em 1975 e com menos de ano de casados já paramos com os anticoncepcionais. Logo engravidei. Estávamos muito felizes, já começando o enxovalzinho, escolhendo nome, curtindo tudo…

De repente, sem nenhuma dor, comecei a ter um sangramento. Estava perdendo meu bebê! Queríamos saber a causa e minha médica disse que não era necessário pedir nenhum exame, pois um aborto na primeira gestação era normal. Só se for para ela, porque normal não é.

No início de 1978, estava grávida novamente e procurei outro médico. Relatei meu histórico e ele passou a fazer o acompanhamento. Naquela época ultrassom não era rotina, como hoje. Com mais ou menos 2 meses e meio eu já sentia os movimentos do bebê e era só alegria!

De repente, sangramento, recomendação de repouso absoluto e… novamente perdi meu bebê. Ficamos por quase um ano evitando uma nova gestação para o meu organismo se recuperar.

Meu médico começou pesquisar as causas dos abortos e com um ultrassom descobriu o problema: meu útero era dividido em quase duas cavidades, o chamado útero bicorno. Então, a gravidez era interrompida por falta de espaço para crescimento do bebê.

Ao ver o resultado, meu médico, que era o Dr. Mauro Prieto, me perguntou: ‘O que você quer que eu diga?’. ‘Que tem jeito de engravidar com útero bicorno!’, respondi. Em setembro de 1979, ele fez uma plástica na cavidade uterina, retirando a parte que praticamente dividia o útero em dois. Lembro muito bem o que ele disse ao me dar alta: ‘O apartamento está pronto, mas não espere engravidar antes de um ano’.

Ele quase acertou. Em agosto de 1980, eu engravidei. Em maio de 1981 nasceu a nossa primeira filha, Patrícia. Foram quase cinco anos de lutas e expectativas, mas finalmente estávamos com nosso tesouro nos braços. Em setembro de 1983 nasceu o Wilsinho e quatro anos depois, a Bárbara.

Agora, em 2017, chegou nossa netinha Marina, para se juntar aos nossos outros netos: Marcel Eduardo, Bernardo e Helena. Somos gratos a Deus que nos fortaleceu, renovou nossas forças e nos abençoou com uma família maravilhosa!”.

 

Lauricena Lages, 67 anos, mãe da Patrícia (36), do Wilson (33) e da Bárbara (29)

 


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