Esses dias eu tenho recebido centenas de e-mails, comentários aqui no site e no Facebook do Cadê e mal estou dando conta de responder – mas vou! Um por um. Só que de todos que chegaram com suas dúvidas, angústias e histórias, um em especial me chamou atenção. Ele dizia: “Pri, como lidar com as perguntas de parentes e amigos sobre a gravidez que não chega?”. De fato, basta você começar as tentativas para engravidar que já surgem juízes de todos os lados, loucos para te questionar e julgar.
Para pode responder, fiz uma consulta à minha memória e resolvi compartilhar com vocês o e-mail que enviei a essa leitora. Ele pode não ser tão direta quanto o esperado, mas mostra vários caminhos e mostra também o quanto nosso humor fica inconstante devido à gravidez que não chega. Por isso, lá vai:
Aqui em casa, optei por abrir o jogo com meus pais e sogros e também com algumas amigas, no começo.
Depois, resolvi tratar com mais naturalidade. Quando me perguntavam assim, casualmente, no meio de uma conversa, dizia: estamos tentando, mas não é tão fácil.
Por fim, como já caminhávamos para adoção, eu dizia: não podemos, então estamos no processo de adoção, que é bem demorado. Quando tiver notícias, eu te aviso.
Nos dias em que estava p. da vida ou achava que estavam se metendo na minha vida de graça, dizia: não quero ter filhos, engorda, não deixa a gente dormir de noite… a vida é muito curta e eu quero mais é viajar.
Nos dias em que estava triste, os olhares de dó e as notícias de gestação das amigas me faziam chorar no banheiro…
Quando diziam que era só desencanar, eu dava uma pequena aula de infertilidade (não é bem assim, mais de 8 milhões de pessoas sofrem com infertilidade no Brasil e se isso fosse verdade, todo mundo que não quer engravidar não engravidaria, oras!!!).
O que eu tentava era pensar que a maioria das pessoas não fazia por mal e que isso só me machucava porque a tal da “gravidez que não chega” me fazia mal. O problema não eram os outros. Afinal, como dizia minha terapeuta: aposto que falam várias outras coisas de você que não fazem sentido e você está pouco se lixando…
Quando tinha intimidade também dizia que preferia não falar sobre o assunto porque me doía…
Em resumo, sou exatamente como você e lidar com isso era muito difícil. Cada dia era um dia e não tinha muito uma fórmula pronta de resposta, não 🙁
E vocês, meninas, como lidam com as perguntas?
Uma dica para encerrar: se alguém se mostra inconveniente sobre a gravidez que não chega, vocês podem dar um jeitinho de encaminhar esse link aqui para a pessoa.
Foto: Flickr/ Seattle Municipal Archive
Catarina Sobral 9 de agosto de 2018
Oi Pri, como me identifiquei com a sua historia e como e dificil encarar a gravidez que não chega, conheci seu blog em uma fase não muito fácil, mais lendo o blog me deu uma força surreal parabéns
em poucos lugares encontrei algo que me identificasse tanto, já peguei varias dicas e resposta kkkk,
Deus abençoe muito a sua gestação.
Pri Portugal 13 de setembro de 2018
Que lindo seu comentário, Catarina, fico contente que tenha se sentido acolhida por aqui. Volte sempre <3. Bjinho, Pri
Isabella Marques 10 de agosto de 2018
♥
Pri Portugal 13 de setembro de 2018
🙂
Cirlene 10 de agosto de 2018
É triste isso. As pessoas se sentem no direito de ficarem especulando sem ao menos tentar antes entender o motivo da demora da gravidez. Estou cansada da cara de dó, das palavras em tom de dó, das notícias de novas gravidezes que sou obrigada a parecer feliz ao recebê-las, eu quero que chegue a minha vez também, eu quero meu bebê.
Pri Portugal 13 de setembro de 2018
Eu entendo exatamente o que vc está sentindo, Cirlene. Quando estava muito, muito chateada, eu saía pela tangente do tipo: ah, engravidar engorda, eu não quero, gosto de dormir até tarde… dava umas respostas meio sem noção pra ver se as pessoas se tocavam. Geralmente funcionava…rs… vc já experimentou? Bjinho, Pri